domingo, 25 de novembro de 2012

Governo Deodoro da Fonseca


No Brasil, a primeira eleição para presidente foi indireta. Deodoro da Fonseca foi eleito com uma vantagem de apenas 32 votos sobre o adversário; já o vice-presidente eleito, Floriano Peixoto, era da chapa da oposição e venceu seu adversário por uma diferença de 96 votos.

Deodoro da Fonseca começou ser governo enfrentando dificuldades: tinha um vice da oposição e muitos parlamentares o responsabilizavam pelo encilhamento. Esses parlamentares aprovaram um projeto que limitava o poder como presidente da República. Deodoro reagiu de modo autoritário mandando fechar o Congresso (novembro de 1891).

Diante disso, os militares da Marinha ameaçaram bombardear o Rio de Janeiro caso Deodoro não renunciasse; esse episódio é conhecido como a Primeira Revolta da Armada. Pressionado, Deodoro da Fonseca renunciou e a presidência foi ocupada por seu vice.

Texto retirado do livro 'História, Sociedade e Cidadania 8º Ano' 

A proclamação da República

Ficheiro:Benedito Calixto - Proclamação da República, 1893.jpg




Dentre os motivos que levaram à Proclamação da República e, portanto, ao fim do Império, podemos citar: a crise econômica causada pelas despesas do governo com a Guerra da Tríplice Aliança (ou Guerra do Paraguai), fato que obrigou o Governo Brasileiro a realizar grandes empréstimos (algo próximo a três milhões de libras esterlinas); a proibição, imposta pela monarquia, ao manifesto dos militares na imprensa; o descontentamento das elites agrárias (principalmente os cafeicultores), que se sentiram prejudicadas pela lei Áurea  (libertação dos escravos); e o crescimento nas cidades  da classe média (constituída por jornalistas, comerciantes, artistas, funcionários públicos, etc.), que desejava e apoiava a república porque almejava maior liberdade, bem como participação na política nacional.
O movimento que ajudou a derrubar a monarquia  contou com a ajuda de alguns personagens republicanos, dentre os quais podemos destacar: Aristides Lobo, Quintino Bocaiúva, Francisco Glicério (chefe do Partido Republicano Paulista, fundado em 1873, que defendia as idéias republicanas e os ideais federativos), Rui Barbosa (jornalista e deputado) e o professor, estadista e militar Benjamin Constant.

Em novembro de 1889, um levante militar dirigido pelo marechal Manuel Deodoro da Fonseca obrigou D. Pedro II a abdicar. Foi assim que, no dia 15 de novembro daquele ano, foi proclamada a república do Brasil, no Rio de Janeiro, no Quartel General do Exército. Em seguida, uma série de reformas de inspiração republicana foi decretada, entre elas, a separação do Estado e da Igreja. A redação de uma nova constituição foi finalizada em junho de 1890. Inspirada na Constituição dos Estados Unidos foi adotada em fevereiro de 1891 (Primeira Constituição Republicana), fazendo do Brasil uma República Federal, sob o título de Estados Unidos do Brasil. Deodoro da Fonseca foi o primeiro presidente do Brasil.

Desde 1891, a política e os métodos arbitrários do Marechal Deodoro causaram uma grande oposição do congresso. No início de novembro de 1891, Fonseca dissolveu a Assembléia e impôs um poder ditatorial. Mas foi obrigado a renunciar devido a um levante da Marinha, assim, cedeu o poder a seu vice-presidente Marechal Floriano Peixoto. Este estabeleceu um governo tão ditatorial quanto seu predecessor, Floriano fez crescer a repressão aqueles que davam apóio à monarquia.

Lei Áurea


Em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel e seus conselheiros aprovaram a Lei Áurea, que declarou extinta a escravidão no Brasil. A lei libertou cerca de 700 mil escravizados, perto de 5% da população brasileira, composta na época por 15 milhões de pessoas. A medida foi comemorada por todo o país com festas, missas campais e comícios, reunindo grande número de pessoas.

Retirado do livro 'História, Sociedade e Cidadania' 

Lei dos Sexagenários





Lei dos Sexagenários, foi promulgada a 28 de setembro de 1885 e garantia liberdade aos escravos com mais de 65 anos de idade.
Mesmo tendo pouco efeito prático, pois libertava somente escravos que, por sua idade, eram menos valorizados, houve grande resistência por parte dos senhores de escravos e de seus representantes na Assembleia Nacional.
A pressão sobre o Parlamento se intensificou a partir de sua proposta, em 1884. Ao projeto, vindo do liberal ministério Sousa Dantas, os escravocratas reagiram com tanto rigor, que a lei só foi aprovada em 1885, após aumentar o limite de idade do cativo de sessenta para sessenta e cinco anos. A maioria dos sexagenários estavam localizados nas províncias cafeeiras, o que explica a resistência na Câmara e no Senado.

Fonte

Lei do Ventre Livre


A Lei do Ventre Livre, de 28 de setembro de 1871, dizia que os filhos de uma mulher escravizada, nascidos apartir daquela data, seriam considerados livres. Mas até os 8 anos de idade a criança deveria ficar sob a autoridade do senhor; depois, ele podia escolher: ou recebia do governo a quantia de 600-mil réis e lhe entregava o menor ou continuava usando seus serviços até os 21 anos. A maioria dos proprietários preferiu manter as crianças escravizadas. 
Na década de 1880, a campanha pela Abolição voltou a agitar as ruas, os noticiários e os tribunais, espalhando-se pelo país. Sob forte pressão popular, o governo do Ceará e, logo depois, o do Amazonas aboliram a escravidão, em 1884. 


Resumo feito em base no texto do livro 'História, Sociedade e Cidadania - 8º ano' 

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

O movimento abolicionista

                  
                      Luís Gama                                  André Rebouças                      Joaquim Nabuco


O abolicionismo foi um movimento social pelo fim da escravidão, que se estendeu por quase todo o século XIX. Os abolicionistas divulgavam sua mensagem por meio de artigos, caricaturas, passeatas e comícios sempre muito concorridos. Entre os líderes do abolicionismo, havia pessoas de diferentes origens e etnias.

Com o fim da Guerra do Paraguai, em 1870, a campanha abolicionista popularizou-se e conquistou adeptos, inclusive entre os oficiais do Exército. Estes passaram a ver com grande simpatia os negros que lutaram ao lado deles nos campos de batalha.

Além de toda a pressão interna pela Abolição, muitos governos estrangeiros pediam, por meio de seus diplomatas, que D. Pedro II acabasse com a escravidão no Brasil. Pressionando, o governo imperial brasileiro pôs em prática seu plano de abolir a escravidão de forma lenta e gradual e, para isso, aprovou as chamadas leis abolicionistas. 

Texto retirado do livro 'História, Sociedade e Cidadania' (8º Ano)  

O café no Brasil




O cafezeiro – antiga denominação para o que chamamos hoje de cafeeiro – é uma planta natural das estepes da Etiópia. Seu fruto, tal como o guaraná para os índios do Brasil, era aproveitado por estes povos africanos a muitos séculos na confecção de bebidas. Da África seu uso passou aos persas, destes aos árabes que o divulgaram a partir do século XV como um grande estimulante. Assim suas sementes se espalharam por todo o mundo islâmico. Com o comércio com os árabes, o café chega a Constantinopla e logo em seguida a Europa, assim, resumidamente, o café ganhou o gosto de milhares de pessoas do Oriente a Europa. 

O consumo do café popularizou-se muito na Europa durante o século XVII, onde toda a produção vinha da Arábia em pequenas escalas. Sendo então a cultura do café muito lucrativa, ela se estendeu por todos os cantos do globo, onde pudesse aclimatar-se, mas a procura do café era muito maior do que a produção, gerando falta do produto no mercado. 

Na América do Sul a planta chegou pelas mãos dos franceses quando tentavam colonizar o Novo Mundo. Na tentativa de fincar raízes neste continente é que foram trazidas as primeiras mudas de café para o Brasil – por brasileiros em contato com os franceses – em 1727, plantando-as em Belém do Pará. Quase que de mãos em mãos as sementes do café foram “descendo” a costa do litoral brasileiro, sendo experimentado em diversas províncias (depois Estados) brasileiras até chegar na década de 1770 ao Rio de Janeiro, sendo nesta cidade onde a planta encontrou incrível adaptação. 

Mas os agricultores brasileiros, ocupados em cultivar a cana-de-açúcar, ainda o produto agrícola de maior renda na economia do Brasil, estavam pouco ou nada interessados em plantar uma nova cultura. Assim sendo, no início de sua introdução o café obteve pouco apelo entre os brasileiros, pois a maioria dos senhores de engenho estavam ocupados em produzir uma cultura comercial, a cana-de-açúcar. Mas não é difícil de compreender porque a cultura do café substituiu a cultura da cana-de-açúcar nas grandes propriedades no Brasil. Em primeiro lugar, a demanda mundial de café era muito maior do que a do açúcar e só aumentava. Segundo, o café exigia menos mão-de-obra, pois a cana tinha que ser replantada (lembrando-se que não existia qualquer maquinário agrícola senão a enxada, a foice e a pá nas lavouras do Brasil exceto raras exceções ), e o café poderia durar entre 30 a 40 anos em produção. 

Mesmo com a crise da indústria açucareira, a lavoura do café encontrou resistência a sua implantação na economia brasileira até a década de 1820, substituindo a partir daí a hegemonia da atividade econômica da cana na economia nacional. Depois de 1820 o café vai ocupando o lugar da cana-de-açúcar e de outras formas de cultivos no Rio de Janeiro e em São Paulo, servindo-se da base da estrutura agrícola deixada por estas e outras culturas. Neste sentido, a cultura do café de 1820 a 1870, atinge o auge de sua produção na região conhecida como Vale do Paraíba, contemplando as Províncias do Rio de Janeiro e de São Paulo (com destaque as cidades de Valença, Pindamonhangaba, Itú, Vassouras, etc.). 

A cultura do café exigia grandes espaços de terras e mão-de-obra (escrava), neste sentido, o aumento da produção de café estava ligado ao crescimento da entrada de escravos, que alcançou o auge em 1848, dois anos antes da Lei Eusébio de Queiroz (1850) que proibia o tráfico de escravos, quando desembarcaram no Brasil 60.000 cativos africanos. Além disso, o café exigia grandes áreas de terras devido a falta de cuidados no campo, pois não existia a preocupação e a tecnologia necessária aos cuidados com a terra. Sendo assim, o cultivo do café se tornou uma cultura itinerante que se completava com a exaustão dos solos, seguido de novas derrubadas de matas e novos plantios de café, surgindo dai a expressão utilizada por Monteiro Lobato: “a marcha do café”, que invadia os solos paulistas e cariocas. 

Devido a estas características do seu cultivo, o café a partir de 1870, com o encarecimento do preço dos escravos, com a erosão dos solos, e a exploração sem cuidados esgotaram as terras do Vale do Paraíba. As plantações de café, a partir de Itú e Campinas, passaram então a se expandir para a região conhecida como Oeste Paulista, onde se situam as cidades de Limeira, Piracicaba, Rio Claro, Araras, Ribeirão Preto. No final do século XIX, no Oeste Paulista, produzia-se o melhor e a maior quantidade de café para exportação do Brasil, nas plantações de terra roxa (nome derivado de rossa, vermelha em italiano), ideal para o cultivo da planta.

Fonte: <http://www.brasilescola.com/historia/o-cafe-no-brasil-suas-origens.htm> Acesso em 22/11/2012 ás 11:57